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domingo, 8 de julho de 2012

Comentário sobre o livro "Rapunzel e outros poemas da infância", de Jairo Cézar

Beatriz, filha de Jairo, e garota propaganda do "Rapunzel..."
Beatriz - Inspiradora e garota 
propaganda do "Rapunzel..."


Anda menina,
 vem sem cuidado,
livro fechado
não manda recado.
(Jairo Cezar - É hora de ler
In: Rapunzel e outros poemas da infância)


“É hora de ler”. Essa parece ser a frase que sintetiza o estatuto atual da leitura em nossa sociedade − ao menos a nível de expectativas. Atualmente, uma parcela dos educadores, agentes midiáticos, militantes culturais e gestores públicos vêm chamando a atenção para o papel da leitura na formação de cidadãos criativos e com senso crítico apurado, sobretudo quando incentivados a manter uma relação de proximidade com a leitura desde o início da infância.
Essa perspectiva é também defendida pelo poeta Jairo Cezar, autor de “Rapunzel e outros poemas da infância” (Forma editorial, 2012), seja por meio de ações como educador e ativista cultural, seja no interior de sua própria casa, durante o educar cotidiano de sua filha Beatriz, a quem o referido livro é dedicado. No entanto, “Rapunzel...” não é uma obra que visa “apenas” incentivar o hábito da leitura junto ao público infantil − objetivo que em si já poderia ser visto como de grande valor, mas que não seria bem-sucedido se a obra não contasse também com uma qualidade estética apurada (alusiva, nesse caso, ao conjunto poemas/ilustrações).
O livro contém (re)leituras poéticas de histórias como “Pinóquio”, “Rapunzel”, “Os três porquinhos”,“O Pequeno Príncipe”, “A Bela e a Fera”, “Peter Pan”... e de episódios vividos por outros seres, que por vezes adquirem um significado mágico no universo infantil, como as joaninhas, girafas e as borboletas.
Conta ainda com belas ilustrações que ambientam as poesias ou permitem aos leitores − na segunda parte da obra – divertir-se enquanto colorem imagens vinculadas aos poemas que acabaram de ler.
É desses livros que permitem, aos nossos pequenos, ter “em mãos” um objeto que possibilite que suas mentes sejam regadas, ainda mais, com a fantasia, dando-lhes mais um momento, entre uma e outra descoberta diária, de inserção do maravilhoso em seu cotidiano.
 “Rapunzel...” é, além disso, do tipo de obra que um pai compra para presentear o filho, mas acaba, ele mesmo, parado, a folhear as páginas, ver e rever as ilustrações ou rememorar as obras a que teve contato em sua própria infância...
Em síntese, com seu “Rapunzel...”, Jairo Cezar estreia na literatura infantil mostrando que o gênero – e, em especial como ele o produz− não se constitui como uma literatura menor.
Estreia trazendo muitas expectativas para os seus leitores e tentando mostrar, em consonância com o atual contexto sócio-cultural vivido por nosso país, que: não!, “livro fechado não manda recado”.

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