Beatriz - Inspiradora e garota
propaganda do "Rapunzel..."
Anda menina,
vem sem cuidado,
livro fechado
não manda recado.
(Jairo Cezar - É hora de ler
In: Rapunzel e outros poemas da
infância)
“É hora de ler”. Essa parece ser a
frase que sintetiza o estatuto atual da leitura em nossa sociedade − ao menos a
nível de expectativas. Atualmente, uma parcela dos educadores, agentes midiáticos,
militantes culturais e gestores públicos vêm chamando a atenção para o papel da
leitura na formação de cidadãos criativos e com senso crítico apurado,
sobretudo quando incentivados a manter uma relação de proximidade com a leitura
desde o início da infância.
Essa perspectiva é também defendida
pelo poeta Jairo Cezar, autor de “Rapunzel e outros poemas da infância” (Forma editorial, 2012), seja por meio
de ações como educador e ativista cultural, seja no interior de sua própria
casa, durante o educar cotidiano de sua filha Beatriz, a quem o referido livro é
dedicado. No entanto, “Rapunzel...”
não é uma obra que visa “apenas” incentivar
o hábito da leitura junto ao público infantil − objetivo que em si já poderia
ser visto como de grande valor, mas que não seria bem-sucedido se a obra não
contasse também com uma qualidade estética apurada (alusiva, nesse caso, ao
conjunto poemas/ilustrações).
O livro contém (re)leituras poéticas
de histórias como “Pinóquio”, “Rapunzel”, “Os três porquinhos”,“O Pequeno Príncipe”,
“A Bela e a Fera”, “Peter Pan”... e de episódios vividos por outros seres, que
por vezes adquirem um significado mágico no universo infantil, como as joaninhas,
girafas e as borboletas.
Conta ainda com belas ilustrações que
ambientam as poesias ou permitem aos leitores − na segunda parte da obra –
divertir-se enquanto colorem imagens vinculadas aos poemas que acabaram de ler.
É desses livros que permitem, aos
nossos pequenos, ter “em mãos” um objeto que possibilite que suas mentes sejam
regadas, ainda mais, com a fantasia, dando-lhes mais um momento, entre uma e
outra descoberta diária, de inserção do maravilhoso em seu cotidiano.
“Rapunzel...” é, além disso, do tipo de obra que um pai compra para
presentear o filho, mas acaba, ele mesmo, parado, a folhear as páginas, ver e
rever as ilustrações ou rememorar as obras a que teve contato em sua própria
infância...
Em síntese, com seu “Rapunzel...”, Jairo Cezar estreia na literatura infantil
mostrando que o gênero – e, em especial como ele o produz− não se constitui
como uma literatura menor.
Estreia trazendo muitas expectativas
para os seus leitores e tentando mostrar, em consonância com o atual contexto sócio-cultural
vivido por nosso país, que: não!, “livro fechado não manda recado”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.